segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Trabalhos sobre livros da UEL

Olá, pessoal, conforme combinado seguem os links dos trabalhos apresentados em sala de aula sobre os livros da UEL.

Dividi em grupos por livro. São dez links, com os trabalhos que recebi. Espero que possam aproveitar bem. Neste post, publico cinco links. Os outros cinco disponibilizarei amanhã, assim como alguns exercícios para a avaliação dos livros.

Ah, uma observação: os trabalhos disponibilizados estão da forma como me foram entregues. As correções foram feitras nos impressos que me foram entregues, ok?

 Grande abraço, Prof. Jeferson Inácio

1. A Bagagem - Adélia Prado
2.  A Farsa de Inês Pereira - Gil Vicente
3. As Melhores Crônicas - Rachel de Queiroz
4. Cidade de Deus - Paulo Lins
5. Espumas Flutuantes - Castro Alves

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Dissertação - estrutura e tema

Além de ser o tipo de texto mais exigido em provas e concursos em todo o Brasil, a dissertação também é um dos textos mais simples de se redigir.

Começando pela estrutura e finalizando pelo tipo de linguagem empregado, é um texto que pode ser estudado e familiarizado com estudantes de diversos níveis.

Para se produzir um texto dissertativo são necessárias algumas habilidades, que estão ao alcance de todos a serem adquiridas:


  • Conhecimento do assunto a ser abordado, a fim de aplicar precisão e certeza àquilo que está sendo escrito.
  • Habilidade com a língua escrita, de maneira que se possa fazer boas construções sintáticas, uso de palavras adequadas e relações coerentes entre os fatos, argumentos e provas.
  • Boa organização semântica do texto, ou seja, organização coerente das idéias aplicadas à dissertação, para que as mesmas possam facilmente ser apreendidas pelos leitores.
  • Bom embasamento das idéias sugeridas, boa fundamentação dos argumentos e provas.


Para se entender o que é uma redação dissertativa, devemos distinguir os dois tipos de dissertação existentes: a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa.

Dissertação expositiva – como o próprio nome já sugere, é um tipo de texto em que se expõem as idéias ou pontos de vista. O objetivo é fazer com que o leitor os considere coerentes e não fazê-lo concordar com eles.

Dissertação argumentativa – esse é o tipo de dissertação mais comum e conhecida por todos. Nela o intuito é convencer o leitor, persuadi-lo a concordar com a idéia ou ponto de vista exposto, isso se faz através de várias maneiras de argumentação, utilizando-se de dados, estatísticas, provas, opiniões relevantes, etc.

Há algumas maneiras de se organizar uma dissertação, que podem ajudar na hora de iniciar o seu texto:

1 - Você pode transformar o tema em um questionamento, e ao longo do texto tentar responder da melhor maneira possível a essa questão.

Ex:

TEMA: O Desmatamento na Floresta Amazônica

QUESTÃO ABORDADA POR VOCÊ: A Floresta Amazônica, sendo considerada o pulmão do mundo, sofre algum dano com a freqüente prática do desmatamento em seu território?

OBS.:


  • Sobre o mesmo tema você pode fazer vários questionamentos, porém deve avaliar se você está apto a respondê-los e se não está fugindo ao tema principal.
  • Após fazer essas avaliações escolha apenas um dos questionamentos e fundamente seus argumentos baseando-se nele.


2- Uma outra maneira de desenvolver o seu texto é expondo os contra-argumentos, ou seja, expondo as antíteses possíveis à sua tese.

Ex:

TEMA: Eutanásia

Tese/opinião: A eutanásia realmente deve ser proibida, pois ninguém pode violar o direito à vida.

Antítese/contra-argumento: Com a legalização da eutanásia um hospital poderia estar se utilizando do espaço que um paciente desenganado está ocupando para atender a alguém que tem reais chances de sobrevivência.

OBS.:


  • Cuidado para não se contradizer, ou seja, ao apresentar seu contra-argumento você deve estar preparado para convencer o leitor de que ele não tem fundamentos, e deve estar munido de informações convincentes para que possa fazê-lo. Caso contrário você poderá não deixar clara a sua mensagem.
  • Sempre defenda um ponto de vista, pois seu objetivo é esclarecer e não confundir ainda mais as opiniões do leitor a respeito daquele assunto.
  • No caso de temas muito polêmicos, o melhor é se isentar totalmente de opiniões e fundamentar seus argumentos em fatos, estatísticas e opiniões em massa.


3- Uma outra alternativa seria fazer uma relação entre causa e consequência, para que assim se possa ir do início ao fim do problema, olhá-lo como um todo e com isso ir construindo uma opinião.

EX:

TEMA: A Violência nas escolas públicas

Causa: O pouco incentivo aos esportes e às artes nas escolas por parte do governo.

Consequência: Os jovens passam muito tempo nas ruas, em contato com armas e drogas.

OBS.:


  • A partir da causa e da conseqüência apresentadas, você deverá desenvolver seus argumentos em busca de uma solução possível e coerente para o problema.


Esquema de uma dissertação:

Introdução: No primeiro parágrafo você deverá expor o problema e o caminho a ser seguido no texto para expô-lo ou para defender algum ponto de vista a respeito dele.

Desenvolvimento: Aqui se encontram os argumentos, opiniões, estatísticas, fatos e exemplos. Ao apresentá-los você deve sempre se direcionar para um lado da questão, um ângulo de visão, uma opinião específica. Essa opinião deve ser anteriormente pensada e analisada para que se possa fazer uma boa argumentação ou exposição.

Conclusão: Aqui você deixa claro o objetivo da sua dissertação, expõe o ponto de vista defendido ou a conclusão da sua exposição de forma que se arremate todos os argumentos utilizados durante a construção do texto.

Fonte: Araújo, Ana Paula. Dissertação. Disponível em <http://www.infoescola.com/redacao/dissertacao/>. Acesso: 24/09/2013.

Dissertação - uma análise mais profunda


Em outros momentos aqui no blog já tratamos do tema dissertação. A seguir, um bom resumo na forma de perguntas e respostas sobre o tema. Afinal de contas, a dissertação é o gênero de texto exigido dos vestibulandos na maior parte dos vestibulares do país. Ou seja, se você quer garantir sua vaga em uma universidade, não pode deixar de saber fazer uma dissertação. O texto abaixo foi obtido por meio de uma entrevista com a  professora Marleine de Toledo, formada em direito e letras pela USP, e que dá dicas sobre o assunto:

Como fazer uma boa dissertação?

A dissertação exige amadurecimento no assunto tratado, conhecimento da matéria, facilidade para a reflexão, raciocínio lógico, potencial argumentativo, capacidade de análise e de síntese, além do domínio de expressão verbal adequada e de estruturas linguísticas específicas.

Como começar uma dissertação?

Normalmente, o aluno de redação manifesta sua angústia: "Não sei como iniciar". Não sabe como iniciar, porque não sabe como desenvolver e como concluir, simplesmente porque não organizou um plano. Nas palavras de Edivaldo M. Boaventura, "o plano é o itinerário a seguir: 'um ponto de partida', onde se indica o que se quer dizer, e 'um ponto de chegada', onde se conclui. Entre os dois, há as etapas, isto é, as 'partes' da composição. Construir o plano é, em última análise, estabelecer as divisões".

Como estruturar uma dissertação?

No livro "Como Ordenar as Ideias", Boaventura resume muito bem aquilo que o bom-senso diz a respeito de todo o texto escrito: "A arte de bem exprimir o pensamento consiste em saber ordenar as ideias. E como se ordenam as ideias? Fazendo a previsão do que se vai expor". É preciso pensar nas partes do seu texto.

Como você resumiria essas "partes" da argumentação?

A argumentação deve iniciar-se com a apresentação clara e definida do tema ou do juízo que se tem em mente e irá ser comprovado. A "segunda parte" da argumentação destina-se a oferecer as provas ou argumentos que confirmem a tese. É comum colocarem-se os argumentos em ordem crescente de importância. A "terceira fase" consiste em exibir contra-provas ou contra-argumentos e refutá-los, isto é negá-los. Na "última parte", ou síntese recapitulam-se os argumentos apresentados e conclui-se, com a reafirmação da tese.


Pode-se dizer que a argumentação é uma demonstração?

Se um limite da argumentação é a dissertação expositiva, o outro é a demonstração. Para Tércio Sampaio Ferraz Júnior, jurista e filósofo do direito, a demonstração fundamenta-se na ideia de evidência, que é a força perante a qual todo pensamento do homem normal tem de ceder. Assim, no raciocínio demonstrativo, toda prova consiste em uma redução à evidência. Já a argumentação abrange as "técnicas discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses" que lhes são apresentadas. Portanto, como dizem Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca em seu "Tratado da Argumentação - A Nova Retórica", não se deve confundir "os aspectos do raciocínio relativos à verdade e os que são relativos à adesão".


O que é dissertação argumentativa?

Na verdade, há dois tipos de dissertação. Podemos falar em dissertação expositiva, em que se expressam ideias sobre determinado assunto, sem a preocupação de convencer o leitor ou ouvinte. Já a dissertação argumentativa implica a defesa de uma tese, com a finalidade de convencer ou tentar convencer alguém, demonstrando, por meio da evidência de provas consistentes, a superioridade de uma proposta sobre outras ou a relevância dela tão-somente.


Mais especificamente, o que é argumentação?

Uma argumentação é uma declaração seguida de provas. Pierre Oléron define o ato de argumentar como: "método pelo qual uma pessoa - ou um grupo - intenta levar um auditório a adotar uma posição através do recurso a apresentações ou a asserções - argumentos  - que visam mostrar a validade ou fundamento daquela".


Qual a diferença entre argumentação e dissertação?

Nenhuma. A argumentação é uma dissertação com uma especificidade, a da persuasão. Dissertando apenas, podemos expor com neutralidade ideias com as quais não concordamos. Por exemplo, um professor de filosofia  que não concorde com as ideias de Karl Marx  pode expô-las com isenção, dissertando sobre elas. Mas se for um marxista convicto e quiser influenciar seus discípulos, tentará provar-lhes, com raciocínios coerentes e argumentos convincentes, que essas ideias são verdadeiras e melhores: estará, então, argumentando.


O que é preciso para argumentar?

Para argumentar é preciso, em primeiro lugar, saber pensar, encontrar ideias e concatená-las. Assim, embora se trate de categorias diferentes, com objetos próprios, a argumentação precisa ter como ponto de partida elementos da lógica formal . A tese defendida não se impõe pela força, mas pelo uso de "elementos racionais" - portanto toda argumentação "tem vínculos com o raciocínio e a lógica", como disse Oléron na obra já citada.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/

Crase - Regras e casos especiais

CRASE


A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". 

Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas.

É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais)

Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. 

O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a"

Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. 

Observe:

Vou a   a igreja.
Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja

Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.

Observe os outros exemplos:

Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode ocorrer.
No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a"
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.

Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a":

1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.

Veja os exemplos:

Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.

Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.

2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.

Veja os exemplos:

- Penso na aluna.
- Apaixonei-me  pela aluna.
- Começou a brigar.
- Cansou de brigar.
- Insiste em brigar.
- Foi punido por brigar.
- Optou por brigar.

Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.

Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. 

Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- diante de substantivos masculinos:


Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
Assistimos a espetáculos magníficos.


- diante de  verbos no infinitivo:


A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.
Estavam a correr pelo parque.
Estou disposto a ajudar.
Continuamos a observar as plantas.
Voltamos a contemplar o céu.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.


- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:


Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho.
Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.
Isso não interessa a nenhum de nós.
Aonde você pretende ir a esta hora?
Agradeci a ele, a quem tudo devo.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. 

Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. 

Por exemplo:

Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- diante de numerais cardinais:


Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.


Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- diante de palavras femininas:


Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):


O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.


- na indicação de horas:


Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
Ele saiu às duas horas.

- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. 


Por exemplo:

à tarde
às ocultas
às pressas
à medida que
à noite
às claras
às escondidas
à força
à vontade
à beça
à larga
à escuta
às avessas
à revelia
à exceção de
à imitação de
à esquerda
às turras
às vezes
à chave
à direita
à procura
à deriva
à toa
à luz
à sombra de
à frente de
à proporção que
à semelhança de
às ordens
à beira de

Crase diante de Nomes de Lugar


Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a".

Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em"

A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. 

Por exemplo:

Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)
Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.)
Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)

ATENÇÃO: 

quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:

Retornarei à São Paulo dos bandeirantes.
Irei à Salvador de Jorge Amado.


 Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo


Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a"

Por exemplo:

Refiro-me
a
aquele
atentado.
Preposição
Pronome

Refiro-me àquele atentado.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase.

Observe este outro exemplo:

Aluguei aquela casa.

O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. 

Veja outros exemplos:

Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta.

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais


A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. 

Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. 

É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino.

Por exemplo:

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.

Veja outros exemplos:

São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões.
A sessão à qual assisti estava vazia.

Crase com o Pronome Demonstrativo "a"


A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada através da substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. 

Veja:

Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.
Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.
Suas perguntas são superiores às dele.
Seus argumentos são superiores aos dele.
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

 A Palavra Distância


Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. 

Por exemplo:

Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está determinada.)
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)

Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. 

Por exemplo:

Os militares ficaram a distância.
Gostava de fotografar a distância.
Ensinou a distância.
Dizem que aquele médico cura a distância.
Reconheci o menino a distância.

Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. 

Veja:
Gostava de fotografar à distância.
Ensinou à distância.
Dizem que aquele médico cura à distância.


Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

- diante de nomes próprios femininos:


Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. 

Observe:

Paula é muito bonita.
Laura é minha amiga.
A Paula é muito bonita.
A Laura é minha amiga.


Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Entreguei o cartão a Paula.
Entreguei o cartão a Roberto.
Entreguei o cartão à Paula.
Entreguei o cartão ao Roberto.
Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada.
Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada.
Contei à Laura o que havia ocorrido na noite passada.
Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada.

- diante de pronome possessivo feminino:


Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. 

Observe:

Minha avó tem setenta anos.
Minha irmã está esperando por você.
A minha avó tem setenta anos.
A minha irmã está esperando por você.

Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Cedi o lugar a minha avó.
Cedi o lugar a meu avô.
Cedi o lugar à minha avó.
Cedi o lugar ao meu avô.

Diga a sua irmã que estou esperando por ela.
Diga a seu irmão que estou esperando por ele.
Diga à sua irmã que estou esperando por ela.
Diga ao seu irmão que estou esperando por ele.

- depois da preposição até:


Fui até a praia.
ou
Fui até à praia.
Acompanhe-o até a porta.
ou
Acompanhe-o até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde.
ou
A palestra vai até às cinco horas da tarde.

A seguir, uma aula com a explicação de cada caso. Aproveitem.



Agora que você já sabe toda a teoria, vamos praticar.

1. Em qual das alternativas o uso do acento indicativo de crase é facultativo?
a) Minhas ideias são semelhantes às suas. 
b) Ele tem um estilo à Eça de Queiroz 
c) Dei um presente à Mariana. 
d) Fizemos alusão à mesma teoria. 
e) Cortou o cabelo à Gal Costa.

2. "O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu redor".
a) à - a - aquilo 
b) a - a - àquilo 
c) a - à - àquilo 
d) à - à - aquilo 
e) à - à – àquilo

3. "A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __- duas quadras da Avenida Central".
a) à - há 
b) a - à 
c) a - há 
d) à - a 
e) à – à

4. "O grupo obedece ___ comando de um pernambucano, radicado ___ tempos em São Paulo, e se exibe diariamente ___ hora do almoço".
a) o - à - a 
b) ao - há - à 
c) ao - a - a 
d) o - há - a 
e) o - a – a

5. "Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias".
a) à - àqueles - a - há 
b) a - àqueles - a - há 
c) a - aqueles - à - a 
d) à - àqueles - a - a 
e) a - aqueles - à – há

6. Assinale a frase gramaticalmente correta:
a) O Papa caminhava à passo firme. 
b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz. 
c) Chegou à noite, precisamente as dez horas. 
d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas. 
e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

7. O Ministro informou que iria resistir _____ pressões contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da casa própria.
a) às - àquelas _ à 
b) as - aquelas - a 
c) às àquelas - a 
d) às - aquelas - à 
e) as - àquelas - à

8. A alusão _____ lembranças da casa materna trazia _____ tona uma vivência _____ qual já havia renunciado.
a) às - a - a 
b) as - à - há 
c) as - a - à 
d) às - à - à 
e) às - a - há

9. Use a chave ao sair ou entrar __________ 20 horas.
a) após às 
b) após as 
c) após das 
d) após a 
e) após à

10. _____ dias não se consegue chegar _____ nenhuma das localidades _____ que os socorros se destinam.
a) Há - à - a 
b) A - a - a 
c) À - à - a 
d) Há - a - a 
e) À - a - a

11. Fique _____ vontade; estou _____ seu inteiro dispor para ouvir o que tem _____ dizer.
a) a - à - a 
b) à - a - a 
c) à - à - a 
d) à - à - à 
e) a - a - a

12. No tocante _____ empresa _____ que nos propusemos _____ dois meses, nada foi possível fazer.
a) àquela - à - à 
b) aquela - a - a 
c) àquela - à - há 
d) aquela - à - à 
e) àquela - a - há

13. Chegou-se _____ conclusão de que a escola também é importante devido _____ merenda escolar que é distribuída gratuitamente _____ todas as crianças.
a) à - à - à 
b) a - à - a 
c) a - à - à 
d) à - à - a 
e) à - a - a

14. A tese _____ aderimos não é aquela _____ defendêramos no debate sobre os resultados da pesquisa.
a) a qual - que 
b) a que - que 
c) à que - a que 
d) a que - a que 
e) a qual a que

15. Em relação _____ mímica, deve-se dizer que ela exerce função paralela _____ da linguagem.
a) a - a 
b) à - à 
c) a - à 
d) à - aquela 
e) a - àquela

16. Foi _____ mais de um século que, numa reunião de escritores, se propôs a maldição do cientista que reduzira o arco-íris _____ simples matéria: era uma ameaça _____ poesia.
a) a - a - à 
b) há - à - a 
c) há - à - à 
d) a - a - a 
e) há - a - à

17. A estrela fica _____ uma distância enorme, _____ milhares de anos-luz, e não é visível _____ olho nu.
a) a - à - à 
b) a - a - a 
c) à - a - a 
d) à - à - a 
e) à - a - à

18. Estava __________ na vida, vivia _____ expensas dos amigos.
a) atoa - as 
b) a toa - à 
c) a tôa - às 
d) à toa - às 
e) à toa - as

19. Estavam _____ apenas quatro dias do início das aulas, mas ele não estava disposto _____ retomar os estudos.
a) há - à 
b) a - a 
c) à - a 
d) há - a 
e) a - à

20. Disse _____ ela que não insistisse em amar _____ quem não _____ queria.
a) a - a - a 
b) a - a - à 
c) à - a - a 
d) à - à - à 
e) a - à - à

21. Quanto _____ suas exigências, recuso-me _____ levá-las _____ sério.
a) às - à - a 
b) a - a - a 
c) as - à - à 
d) à - a - à 
e) as - a - a

22. Quanto _____ problema, estou disposto, para ser coerente __________ mesmo, _____ emprestar-lhe minha colaboração.
a) aquele - para mim - a 
b) àquele - comigo - a 
c) aquele - comigo - à 
d) aquele - por mim - a 
e) àquele - para mim - à

23. A lâmpada _____ cuja volta estavam mariposas _____ voar, emitia luz _____ grande distância.
a) a - à - à 
b) à - a - à 
c) a - à - a 
d) a - a - a 
e) à - a - a

24. Aquela candidata _____ rainha de beleza, quando foi _____ televisão, pôs-se _____ roer as unhas.
a) à - à - a 
b) à - a - à 
c) a - a - à 
d) à - à - à 
e) a - à - a

25. Eis o lema _____ sempre obedecia: ódio _____ guerra e aversão _____ injustiças.
a) à que - à - as 
b) à que - à - às 
c) a que - à - às 
d) a que - à - as 
e) a que - a - as

26. Faltou _____ todas as reuniões e recusou-se _____ obedecer _____ decisões da assembleia.
a) a - a - as 
b) a - a - às 
c) a - à - às 
d) à - a - às 
e) à - à - às

27. Expunha-se _____ uma severa punição, porque as ordens _____ quais se opunha eram rigorosas e destinavam-se _____ funcionárias daquele setor.
a) a - as - às 
b) à - às - as 
c) à - as - às 
d) à - às - às 
e) a - às - às

28. _____ alguns meses o Ministro revelou-se disposto _____ abrir _____ discussões em torno do acesso dos candidatos e dos partidos _____ televisão.
a) A - a - as - à 
b) Há - a - às - a 
c) A - à - às - a 
d) Há - à - as - à 
e) Há - a - as - à

29. _____ Igreja cabe propugnar pelos princípios éticos e morais que devem reger _____ vida das comunidades, enquanto _____ política deve visar ao bem comum.

a) A - à - à 
b) À - a - a 
c) À - à - a 
d) À - à - à 
e) A - a – a

Para acessar o gabarito destes exercícios, clique aqui.


Fonte:

Crase - Disponível em <http://www.soportugues.com.br>. Acesso em 19/09/2013.
A crase - Vídeo - Disponível em <http://www.cursoonlinegratuito.org>. Acesso em 19/09/2013.
Exercícios - Disponível em <http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/crase-exercicios>. Acesso em 19/09/2013.